sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

SAÍDA

ela tentou passar sem culpa.
A chave de fenda na nuca
inda não surtia efeito.
Que jeito.
Do fim ao e-mail
sabia-se que sofria.

Nesse dia,
teve medo de morrer e não morria.
Chovia
cadáveres na Vila Alpina
- Ela passou e escutou gritos de dentro.
Lamentos
que lhe sorriam.

Sabia-se que calava.
uma palavra.
não ia.

Sabia que merecia
a lua inteirinha
sangrando debaixo do beco
(Vermelho rio de ternura
esgotando no bueiro).

Toda partida é começo?

Um comentário:

r.c. disse...

dinha,
saudades de tu
e de tua poesia.
ninguém escreve tão bem
como tu.
cadê teu próximo livro?
abraço