quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Na Aba do baile funk


( poema panfleto a favor da autoestima)


Mãos para o alto novinha (voz de homem adulto)
Mãos para o alto novinha
Porque? (voz de criança)
Por que hoje tu tá presa tu tá presa o tu tá presa
E agora eu vo falar os seus direitos
Tu tem direito de sentar, tem o direito de kikar
Tem o direito de sentar,de kikar,de rebolar
Você também tem o direito de ficar caladinha
Fica caladinha
Fica fica caladinha

Trecho da música “Prisioneira”, Bonde do Tigrão


Não. Não eu não senti vontade
De lançar bunda pra cima
Enquanto o soprano soprava
O estupro da menina.

Não me liga o tom alegre
Nem o ritmo farinha.
(o que ouvi não era um funk
era o fuck
palavra voltando à origem)

não tentei entrar no ritmo
não tenho culhão pra isso.
(Bem no fundo, ema-ema,
minha alma é mesmo pequena.
Não cabe qualquer porcaria.

Não cabe esse disco riscado
esse sino quebrado,
pedofilia.
Troféus aos psicopatas,
colírio pro olhar marejado,
azul desbotado,
saidinha.

Minha alma pequena, pequena,
Que sofre claustrofobia,
Não cabe
Não cabe essa mágoa
Não cabe o amor ao contrário
o amor ao otário,
disfarce amargo,
vinho barato
manchando a camisa.

Minha alma pequena
não surda.
Minha alma poema,
não burra.
Minha alma doce migrado,
pequenina rapadura.
Minha alma miniatura,
minha alma lua
minguada.
Blindado no fundo
do baile estourado.

Nenhum comentário: