segunda-feira, 27 de outubro de 2008

NUCLEO PODER E REVOLUÇÃO?!

Será que fazemos jus a este nome em uniaõ, ou algumas pessoas tentam e se deixam fraquejar pelo restante?!

Um grupo onde uma minoria deposita suas fichas pela mudança, enquanto a maioria nem acredita de verdade, mas bate no peito, " EU SOU PODER E REVOLUÇÃO ", quando aquela minoria está fazendo algo movimentando o espaço, sendo ativista e militante?!

Pessoas se crescem como suor do outro, onde alguns não tem a coragem de pegar uma vassoura para manter a limpeza doESPAÇO CULTURAL MALOCA?!

Ou MALOCA ESPAÇO CULTURAL, onde outros twm a coragem de colocar uma cerâmica ou um azulejo em cima de um MONTE DE BOSTA, será que a argamassa usada para colocar piso e azulejo na casa dessa pessoa é uma merda ?!

Alguns anonimos lutma, outros que tem um uma suposta HISTÓRIA, criticam qualquer coisa que os outros façam, desde a limpeza, pintura à organização de um evento ?!

Onde o pensamento minúsculo é mais fácil pegar cachorros recém nascidos e largar em uma esquina qualquer numa caixa de papelão, MAIS FÁCIL não seria pra quem se diz ativista, arrumar pais adotivos aos cães sem dono ?!

E os brinquedos jogados fora, por mais que velhos estivessem, serviam e faziam a alegria de algumas CRIANÇAS que frequentam esta maloca ?!

Os que fazem turismo, aparecem em dia de filmagem para a tv, dizem que não coloca a mão na massa, que tem nojo de por a mão no lixo, que tem MEDO da vassoura, que tipo de ativista seria esse, FHC ?!

Pior os que cobram ordem, fazem a desordem, querem mandar em espaço e núcleo, mas o núcleo não é composto por pessoas que ACREDITAM NO QUE FAZEM, ou são pessoas assalariadas que cumprem horário e puxam o saco do patrão ?!

Todos temos defeitos, mas em um núcleo não pode imperar a vontade de uma pessoa, não temos de aturar desaforos e deixar pra lá só por que a pessoa é assim, hoje o núcleo por inteiro não é idealista, nem ativista e muito menos revolucionário, A REVOLUÇÃO é feita por várias pessoas unidas em um mesmo propósito, e não meia dúzia querendo e o resto se encostando, que não deixa a novela e muito menos a cama para participar de uma reunião, todos temos compromissos, cumprimos com nosso trabalho, com nossas casas, famílias, E O NÚCLEO ?! E O ESPAÇO?! E A MALOCA?!

Será que são apenas virtuais ?!

E indo mais além e a REVOLUÇAÕ ?!

Fica no sonho dos muitos que DORMEM, e nas mão dos poucos que MILITAM ?!

Ou tudo vai ficar para quando tivermos tempo DISPONIVEL ?!

Para quando a novela ACABAR ?!

Ou para quando não tivermos absolutamente nada para FAZER ?!

Será que no núcleo à pessoas ativistas, ou pessoas BRINCANDO DE REVOLUÇÃO ?!

QUERO DEIXAR BEM CLARO, QUE ISTO NÃO É DIRIGIDO A NINGUÉM ESPECIFICAMENTE, É APENAS UMA AMOSTRA DA MINHA INDIGNAÇÃO COM COISAS QUE VEJO ACONTECENDO NO NÚCLEO.....................

THIAGO!!!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Alessandro Buzo na TV Cultura Repesentando a Perifa


Cultura periférica e intercâmbio

“Não vejo nada. Não vejo fita dominada. Só vejo os pretos sempre triste pelos cantos do mundão”
Mano Brown

Sim! O rap, o samba, o forró que vem de longe, a saudade de Milagres e de todas as cidades “lá de riba” – direto para o coração das periferias paulistanas; dos grupos culturais à solidão de escritores e escritoras, a Periferia cria.
O break, o grafite, o som de rua, a poesia e as crônicas do cotidiano, tudo é arte que entope os becos, lambe os muros e arregala os olhos dos de longe.
Que temos artistas, é fato. Mas, na sexta, segure o seu gato que churrasco está comendo solto!

Churrasco de gato, cheirando gostoso em cada esquina é, sem dúvida, uma das marcas da chamada “cultura de periferia”. Como é parte dela, também, temer a polícia, trabalhar todos os dias e tirar leite de pedra – a nossa ilustre vaquinha.
Porque “Cultura” também é sinônimo de “costumes”, não é só o que está no museu, ou inacessível a quem não pode pagar, nas casas de show, cinemas e bibliotecas distantes. E como arte ou costume, a cultura nossa de cada dia nasce da necessidade: nós temos o som de rua, o forró, o baile funk, a poesia e os muros. Não temos cinemas, teatros, violinos, opções do melhor prato. Já não temos capoeira, pois nos foi “expropriada”. Vazou pras academias.
E academia não é coisa de pobre.

Nossa marca registrada é a criatividade. Mastigamos nossos poemas, construímos nossas almas e o arroz e feijão para o corpo tem de ser muito gostoso. É O Prato.
Recriar é a arma do pobre, mas nós temos muitas outras.
Daí que intercâmbio cultural com a periferia (e não entre periferias) seja um engodo: os de lá comem o filé e querem nos devolver o osso, enquanto fazem discurso sobre as “trocas culturais”.
O que outras classes tentam fazer conosco é se infiltrar em nosso mundo, conhecer nossos segredos, nossos tesouros, roubar nossas qualidades e depois voltar pra casa, bem longe do barulho do tiro e do aroma de esgoto.
Intercâmbio cultural é mentira, exceto quando falamos em troca dentro de uma mesma classe social, como é o caso do acesso irrestrito às novidades do funk mais proibido, ao último CD do Calypso ou aos grafites no muro.

A elite quer circular nas favelas, fazer “turismo social”, fazer de nós o sonhado zoológico. Mas se é verdade que eles freqüentam nossos bailes, nossos saraus, nossos sambas de laje, não é verdade que freqüentamos, em troca, os seus múltiplos espaços. Nós não conhecemos suas casas, exceto pela novela e pelos empregos domésticos. Eles provaram feijoada e nós nem passamos da sardinha. O que será caviar? Eles têm acesso aos pandeiros e o piano, para nós, é quase um mito.
Portanto, o que existe não é troca, é roubo, e intercâmbio cultural é só mais uma mentira, tentativa de nos distrair. Engodo.

No Bristol, o gueto é o gueto, até que a história seja outra.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

anúncio 2

O corpo fechado
a chave do corpo
debaixo da língua.
No fim do arco-íris um pote
de amor. Para ser consumido
Individualmente

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Poeta vendido, ou livros à venda?

Escolher o anonimato ou viajar pelo estômago do inimigo? Essa é uma das questões geralmente impostas a quem queira fazer literatura na era Capital.
Mesmo àqueles que não desejam se contrapor ao sistema, é imposta a pergunta: “deseja ser lido?”.


Se a resposta for um sim, o escritor ou escritora engajada deverá saber que, em certa medida, precisará estar à venda, pois quem detém o poder econômico detém também o poder de ditar o que é “bom” e merece ser lido, do que é “lixo”, dispensável aos olhos de todos, indigno de ser ensinado nas escolas – o anti-clássico.


Daí que uma angústia corroa os olhos de muitos artistas, deixando-os, por vezes, irremediavelmente cegos: Como vencer o inimigo se, para tanto, precisa aliar-se a seus representantes (as ongs, as produtoras, gravadoras, editoras e outras “oras”) - “empresas- privadas”, máquinas de “mandar à merda” qualquer contra-proposta política?


“Mas há um contrato dizendo:
todo ouro será cobrado
duas vezes no leite
outras tantas na alma,
tantas no sabonete”
1

Walter Benjamin, em o autor como produtor, aponta um caminho. Ele diz que é preciso, no mínimo, romper alguma dessas amarras – pode ser criando sua maneira própria de fazer circular sua arte, ou mesmo trabalhando para se sustentar, ao invés de tentar sobreviver com seu produto artístico.
Daí advém um ponto importante: se o poeta, no caso, não tiver que fabricar poemas para vender, poderá construí-los para viver, para se contrapôr, para apontar caminhos novos e revolucionários. É, em minha opinião, a diferença entre a “arte-vida” e a “arte-sobrevivência”.


Se, por outro lado, uma pessoa resolve que irá se contrapôr ao sistema e, ao mesmo tempo, sobreviver de sua arte, cedo ou tarde estará vendido, fazendo discursos revolucionários e vivendo confortavelmente em algum bairro de classe média alta – alienado do sofrimento contra o qual diz ou aparenta militar. E a criação literária, especialmente a lírica que se dá a partir da ausência, do que faz falta ao sujeito, encontrará terreno fértil, pois o poeta anuncia e valoriza um “estar no mundo” revolucionário, mas sua vida cotidiana – os lugares que frequenta, o seu círculo de amizades, os produtos que consome, são todos contra-revolucionários, adaptados a um modo de vida incompatível com o sonho de um mundo ideal.

1Dinha Preço in: Lição de Chão Zine – ano 5 n. 12 jan. 2008

sábado, 11 de outubro de 2008

MALOCA PRORROGADA

O CDHU prorrogou o prazo para desocuparmos o Maloca. Agora, temos até fevereiro.
Estamos na luta por outro espaço. Se puder, contribua.
Logo passaremos abaixo-assinado.

Poema Envergonhado
(em memória dele, por quem não fizemos nada)

Aristides morreu.
Teve nada que eu fiz.
Nenhum campo se abriu
pra essas mãos de batalha.
Só minha alma tremeu
e um maremoto nos olhos.
Mas as minhas mãos inúteis
continuaram inúteis
como os pés no chão.

Ricardo está junto do pai.
Ele mesmo
não deixou menino
pra continuar a sina
dos meninos
sem pai.
E as minhas mãos inúteis
continuaram inúteis
como os pés.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

MASSACRE NO CARANDIRÚ

(16 ANOS DO HORROR. SE FOSSE GENTE JÁ PODIA ATÉ VOTAR...)

Ontem, 02/10/2008, fez 16 anos que o Estado divulgou oficialmente que massacrou 111 cidadão brasileiros. Todos os que foram massacrados, assassinados, não estavam em guerra franca com o Estado, mas sim, no momento do massacre, eram prisioneiros, estavam sob cutódia desse mesmo Estado. Por isso estavam desarmados e mais, muitos estavam trancados em celas.
Ontem fez 16 anos que o Estado brasileiro cometeu a maior covardia contra a população carcerária na história do país. Covardia de dar inveja à mais alta patente militar dos EUA nas guerras do Vietnã e do Iraque.


Fica um salve pra todas as
fámilias que perderam seus
entes queridos naquele
massacre de 02/101992.