quinta-feira, 27 de maio de 2010
1ª Caminhada da Paz
Manifesto da 1ª Caminhada da Paz
Mãos que semeiam a esperança colhem a paz com base nessa afirmação acreditamos que a educação deve ser a mais importante estratégia de política pública de uma Nação.
Convencidos de que também é responsabilidade da comunidade de chamar a atenção sobre uma das atitudes mais perigosas e destrutivas de nossa espécie, a violência crescente entre os seres humanos. Mostramo-nos indignados com a ausência de políticas públicas que efetivem o direito à educação, saúde, moradia, lazer, cultura, esporte, geração de emprego e renda enfim, o DIREITO À VIDA.
Devemos, portanto, promover o direito à educação, elevando-o ao mesmo nível do
direito à vida.
Devemos lutar por políticas públicas que incluam a educação como prioridade e não só pela alfabetização, pois ser alfabetizado não quer dizer saber ler, tem que ser mais que isso, precisamos saber ler o mundo.
Nós falamos de autonomia, responsabilidade e solidariedade, de como tudo passa pela educação e do valor da escola como centro de liderança. Estes são os três princípios que nortearão Vila Livieiro, Parque Bristol e Jardim São Savério rumo a um bairro cidadão participativo, um bairro que pode se transformar através da educação.
Mas nada disso adianta se a comunidade, poder público, escola e igreja, não estiverem presentes nesta luta, se os professores não forem além de suas salas de aula, se os líderes comunitários não usarem a educação para transformarmos a sociedade, para que todos sejam indivíduos completos com acesso ao ensino superior, com a ausência da violência de toda e qualquer espécie, com mais investimento nas periferias.
Com a mobilização de toda a comunidade, podemos criar um movimento de exercício da cidadania, pois através da participação comunitária transformaremos, efetivamente, as comunidades em um BAIRRO CIDADÃO MAIS PARTICIPATIVO.
Por isso, convidados você e sua família para uma grande caminhada da paz, da nossa comunidade.
DIA: 28/05/2010
HORÁRIO: 13:00hs
LOCAL: CONCENTRAÇÃO no E. E. ALVARO DE SOUZA LIMA –
RUA MEMORIAL DE AIRES JARDIM SÃO SAVÉRIO.
RUA MEMORIAL DE AIRES JARDIM SÃO SAVÉRIO.
LOCAL: CONCENTRAÇÃO NA RUA ARATIMBÓ COM A GIUSEPPE ARCIMBOLDO
(RUA SEM SAÍDA)
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Rapper e Cineasta Fiell é agredido pela UPP do morro Santa Marta.
por Fiell
morro Santa Marta | RJ COMPARTILHE
UPP “Unidade de Policia pacificadora” Muda a vida do morador do morro Santa Marta.
Na madrugada de sábado 22/05/2010, 12 policiais da UPP - Unidade de Policia pacificadora, do morro Santa Marta em Botafogo –RJ, agrediram o Rapper e Cineasta Emerson Cláudio Nascimento dos Santos o Mc Fiell. Fiell: - Os policias passaram aqui no bar as 21:h e avisaram que se o evento passasse das 2:h, eles iriam prender o produtor e os equipamento de som do mesmo. Eu fiquei em alerta, e quando marcava 1:55 eles invadiram a nossa propriedade sem nenhum mandado e saíram desligando todas as tomadas que ligavam o som. Peguei minha filmadora e comecei a filmar toda a cena, pois eu não acreditava no que estávamos vendo. Tenho uma lei do silencio e a levei comigo para nos garantir a continuação do evento com um som ambiente. Na lei diz: - Art. 2º Para os efeitos desta lei, consideram-se prejudiciais a saúde, a segurança ou ao sossego publico quaisquer ruído que: 1- Atijam no ambiente exterior ao recinto em que tem origem, nível sonoro superior a 85 decibéis, medidos no cursor C do medidor de Intensidade de som. - Tentei dialogar mais como sempre não escutado, pelo contrario um dos policias ficou debochado de mim. PM – Fiell, mim filma eu sou bonito? Quero uma copia depois ta bom? Fiell - Gente é inacreditável no que vimos. E em nenhum momento os policiais pediram para baixar o som, e em todo momento falavam que era ordem da Capitã Priscila. Com o som desligado, eu peguei o microfone que estava funcionando e comecei a indagar: - Não é esse tratamento que queremos, a PM tem que nos respeitar e tratar de forma igualitária. Não gostando do meu ato o policial cabo Damião mim deu ordem de prisão: PM- Fiell você estar detido por desacato a autoridade. Sem reação violenta pedi para fazer uma ligação e pegar meus documento que estava a 10 metro do bar. Ele o cabo mim puxou o palco e foi mim arrastando até a viatura. No trajeto até a blazer da PM que fica no pé da escada, eles os 12 policiais iam mim espancando a todo momento e falavam: - Cadê a cartilha de abordagem policial para te proteger? Eles continuam o massacre porrada do lado direito e esquerdo sem intervalo. Para chegar a viatura da Pm tem que passar em frente ao DPO departamento de policia ostensiva, vi 3 policiais saindo do DPO e vindo a nossa direção. Chegando perto de mim os 3 policiais que agora a soma são 15. Mim bateram no rosto e costelas até chegar na viatura e mim jogar dentro da caçapa. Muita gente que estava no pé da escada, quando mim viram ser tratado daquela forma ficaram furiosas e revoltadas: População – Antes de mim jogarem dentro da caçapa eu pedi que minha esposa Marcia mim acompanhasse a delegacia. O PM falou para ela – Pega um táxi se quiser ir. Eu já estava dentro da caçapa esperando a saída da viatura e resolveram jogar a minha esposa junto na caçapa, até ai quem estava sendo autuado era eu até chegar na delegacia. Os policias dentro da 10º Botafogo resolveram também autuar minha esposa que passou de acompanhante a agressora e foi autuada em desacato a autoridade. Meu cunhado que foi de táxi para a delegacia levar meus documentos também foi autuado dentro da delegacia como desacato a autoridade. Que país é esse onde os pobres não tem direito a nada e se falar leva porrada. O musico Marcelo Yuka ao saber do ocorrido foi a delegacia acompanhar o caso já que horas antes estava com o Fiell em uma reunião. Na delegacia eu fiquei sabendo de uma coisa que não mim chamou atenção todos os policiais tem uma lei ou direito emfim não sei o que é mais é isso FÉ PUBLICA, isso siguinifica uma fidelidade onde os Pms não mentem, A delegada falou que acredita nos policiais e isso é o que vale pois eles tem fé publica. Já o dia amanhecendo fomos todos embora e eu tinha que ir para meu curso de comunicação na cidade. Depois fui ao IML fazer corpo delito pois estou todo machucado devido as porradas que a UPP proporcionou ao um morador que questiona o que é errado. Agora irei prestar queixa na delegacia por abuso de autoridade violência física e constrangimento. Mais uma vez a UPP entra em cena. Mudou as nossas vidas para pior, ou entra na filosofia UPP ou vai para delegacia. UPP controla o social das favelas que estão policiadas e não tem cartilha como eles falou e nem leis que eles não o violem. "Isso aconteceu comigo sábado 22/05/2010 as 1:55 por contestar a não desligar o som do nosso espaço cultural bar do Zé Baixinho no morro Santa Marta, Rio de Janeiro-RJ" A uns três meses eu junto com os moradores do Santa Marta fizemos uma Cartilha Popular do Santa Marta Abordagem Policial para poder conter as arbitrariedades que não cessava, e desde então a UPP mim persegue.
Veja também no jornal o Globo.http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/05/23/rapper-acusa-policiais-de-upp-de-agressao-916667144.asp
Leia sobre a Cartilha de abordagem policial.
Moradores do Dona Marta recebem cartilha sobre como lidar com PMs
morro Santa Marta | RJ COMPARTILHE
UPP “Unidade de Policia pacificadora” Muda a vida do morador do morro Santa Marta.
Na madrugada de sábado 22/05/2010, 12 policiais da UPP - Unidade de Policia pacificadora, do morro Santa Marta em Botafogo –RJ, agrediram o Rapper e Cineasta Emerson Cláudio Nascimento dos Santos o Mc Fiell. Fiell: - Os policias passaram aqui no bar as 21:h e avisaram que se o evento passasse das 2:h, eles iriam prender o produtor e os equipamento de som do mesmo. Eu fiquei em alerta, e quando marcava 1:55 eles invadiram a nossa propriedade sem nenhum mandado e saíram desligando todas as tomadas que ligavam o som. Peguei minha filmadora e comecei a filmar toda a cena, pois eu não acreditava no que estávamos vendo. Tenho uma lei do silencio e a levei comigo para nos garantir a continuação do evento com um som ambiente. Na lei diz: - Art. 2º Para os efeitos desta lei, consideram-se prejudiciais a saúde, a segurança ou ao sossego publico quaisquer ruído que: 1- Atijam no ambiente exterior ao recinto em que tem origem, nível sonoro superior a 85 decibéis, medidos no cursor C do medidor de Intensidade de som. - Tentei dialogar mais como sempre não escutado, pelo contrario um dos policias ficou debochado de mim. PM – Fiell, mim filma eu sou bonito? Quero uma copia depois ta bom? Fiell - Gente é inacreditável no que vimos. E em nenhum momento os policiais pediram para baixar o som, e em todo momento falavam que era ordem da Capitã Priscila. Com o som desligado, eu peguei o microfone que estava funcionando e comecei a indagar: - Não é esse tratamento que queremos, a PM tem que nos respeitar e tratar de forma igualitária. Não gostando do meu ato o policial cabo Damião mim deu ordem de prisão: PM- Fiell você estar detido por desacato a autoridade. Sem reação violenta pedi para fazer uma ligação e pegar meus documento que estava a 10 metro do bar. Ele o cabo mim puxou o palco e foi mim arrastando até a viatura. No trajeto até a blazer da PM que fica no pé da escada, eles os 12 policiais iam mim espancando a todo momento e falavam: - Cadê a cartilha de abordagem policial para te proteger? Eles continuam o massacre porrada do lado direito e esquerdo sem intervalo. Para chegar a viatura da Pm tem que passar em frente ao DPO departamento de policia ostensiva, vi 3 policiais saindo do DPO e vindo a nossa direção. Chegando perto de mim os 3 policiais que agora a soma são 15. Mim bateram no rosto e costelas até chegar na viatura e mim jogar dentro da caçapa. Muita gente que estava no pé da escada, quando mim viram ser tratado daquela forma ficaram furiosas e revoltadas: População – Antes de mim jogarem dentro da caçapa eu pedi que minha esposa Marcia mim acompanhasse a delegacia. O PM falou para ela – Pega um táxi se quiser ir. Eu já estava dentro da caçapa esperando a saída da viatura e resolveram jogar a minha esposa junto na caçapa, até ai quem estava sendo autuado era eu até chegar na delegacia. Os policias dentro da 10º Botafogo resolveram também autuar minha esposa que passou de acompanhante a agressora e foi autuada em desacato a autoridade. Meu cunhado que foi de táxi para a delegacia levar meus documentos também foi autuado dentro da delegacia como desacato a autoridade. Que país é esse onde os pobres não tem direito a nada e se falar leva porrada. O musico Marcelo Yuka ao saber do ocorrido foi a delegacia acompanhar o caso já que horas antes estava com o Fiell em uma reunião. Na delegacia eu fiquei sabendo de uma coisa que não mim chamou atenção todos os policiais tem uma lei ou direito emfim não sei o que é mais é isso FÉ PUBLICA, isso siguinifica uma fidelidade onde os Pms não mentem, A delegada falou que acredita nos policiais e isso é o que vale pois eles tem fé publica. Já o dia amanhecendo fomos todos embora e eu tinha que ir para meu curso de comunicação na cidade. Depois fui ao IML fazer corpo delito pois estou todo machucado devido as porradas que a UPP proporcionou ao um morador que questiona o que é errado. Agora irei prestar queixa na delegacia por abuso de autoridade violência física e constrangimento. Mais uma vez a UPP entra em cena. Mudou as nossas vidas para pior, ou entra na filosofia UPP ou vai para delegacia. UPP controla o social das favelas que estão policiadas e não tem cartilha como eles falou e nem leis que eles não o violem. "Isso aconteceu comigo sábado 22/05/2010 as 1:55 por contestar a não desligar o som do nosso espaço cultural bar do Zé Baixinho no morro Santa Marta, Rio de Janeiro-RJ" A uns três meses eu junto com os moradores do Santa Marta fizemos uma Cartilha Popular do Santa Marta Abordagem Policial para poder conter as arbitrariedades que não cessava, e desde então a UPP mim persegue.
Veja também no jornal o Globo.http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/05/23/rapper-acusa-policiais-de-upp-de-agressao-916667144.asp
Leia sobre a Cartilha de abordagem policial.
Moradores do Dona Marta recebem cartilha sobre como lidar com PMs
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Princípio do dia - Rui Knopfli
Rompe-me o sono um latir de cães
na madrugada. Acordo na antemanhã
de gritos desconexos e sacudo
de mim os restos da noite
e a cinza dos cigarros fumados
na véspera.
Digo adeus à noite sem saudade,
digo bom-dia ao novo dia.
Na mesa o retrato ganha contorno,
digo-lhe bom-dia
e sei que intimamente ele responde.
Saio para a rua
e vou dizendo bom-dia em surdina
às coisas e pessoas por que passo.
No escritório digo bom-dia.
Dizem-me bom-dia como quem fecha
uma janela sobre o nevoeiro,
palavras ditas com a epiderme,
som dissonante, opaco, pesado muro
entre o sentir e o falar.
E bom dia já não é mais a ponte
que eu experimentei levantar.
Calado,
sento-me à secretária, soturno, desencantado.
(Amanhã volto a experimentar).
RUI KNOPFLI
(1932-1997)
Rui Knopfli
Nasceu em Inhambane, Moçambique. Poeta. Jornalista. Sua estréia deu-se com o livro O País dos Outros (1959). . Lançou, com João Pedro Grabato Dias, os cadernos de poesia Caliban (1971-72), Trabalhou como adido de imprensa, na delegação portuguesa à Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque (1974) onde participa dos trabalhos da Comissão de Descolonização. Publicou Memória Consentida (1982) e em 1984 recebeu o prêmio de poesia do PEN Clube.
fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/mocambique/rui_kinopfli.html
na madrugada. Acordo na antemanhã
de gritos desconexos e sacudo
de mim os restos da noite
e a cinza dos cigarros fumados
na véspera.
Digo adeus à noite sem saudade,
digo bom-dia ao novo dia.
Na mesa o retrato ganha contorno,
digo-lhe bom-dia
e sei que intimamente ele responde.
Saio para a rua
e vou dizendo bom-dia em surdina
às coisas e pessoas por que passo.
No escritório digo bom-dia.
Dizem-me bom-dia como quem fecha
uma janela sobre o nevoeiro,
palavras ditas com a epiderme,
som dissonante, opaco, pesado muro
entre o sentir e o falar.
E bom dia já não é mais a ponte
que eu experimentei levantar.
Calado,
sento-me à secretária, soturno, desencantado.
(Amanhã volto a experimentar).
RUI KNOPFLI
(1932-1997)
Rui Knopfli
Nasceu em Inhambane, Moçambique. Poeta. Jornalista. Sua estréia deu-se com o livro O País dos Outros (1959). . Lançou, com João Pedro Grabato Dias, os cadernos de poesia Caliban (1971-72), Trabalhou como adido de imprensa, na delegação portuguesa à Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque (1974) onde participa dos trabalhos da Comissão de Descolonização. Publicou Memória Consentida (1982) e em 1984 recebeu o prêmio de poesia do PEN Clube.
fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/mocambique/rui_kinopfli.html
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Você sabe o valor da leitura?
http://passapalavra.info/?p=23596
Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim.
Quem de nós sabe o valor da leitura? Posso dizer que sei. Ainda pequena, vivi as histórias de lobo e fantasma, de riso e de solidão, através das incansáveis narrativas de meu irmão, apenas dois anos mais velho que eu. Foi no espanto dessas histórias que eu, pela primeira vez, conheci o gosto de aventura em lugares distantes, com pessoas longínquas, em situações inusitadas, vampiro sonhando manhãs de sol.
Eu lia sem ler, ouvindo apenas - e vendo em meu irmão o brilho de entusiasmo e a satisfação em contar histórias, que só os grandes contadores de história têm. Quando, aos sete anos, entrei na escola, e as letrinhas juntaram-se em palavras e em sílabas - para mim, algumas delas nunca foram sílabas, foram sempre cachorros latindo, amigos se cumprimentando, reis ascendendo aos tronos, sapos, macacos e sherazades, explosões de significados, amor descoberto aos poucos.
Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim: o córrego [riacho] sujo, o barraco apertado e suspenso, para driblar as enchentes, a comida contada. Iniciada a leitura, apenas o amor da mãe prosseguiu (tão imenso quanto as esperanças que ela depositou em mim). Todo o resto perdeu a cor, dissipou-se, precisou ser reescrito.
Empodeirada de leitura, ganhei o mundo, estudei na melhor universidade do país, tornei-me poeta e professora. E se o mundo não me ganhou, foi porque desenvolvi meu senso crítico, fortaleci meu senso de proteção e encontrei alguém que me ajuda a ressignificar o mundo, cotidianamente.
Espalha-Leitura
Eu sei o valor da leitura e sei que no Brasil ele ainda é pequeno.
Embora os governos invistam minimamente em programas como o “Minha Biblioteca”, que distribui títulos, gratuitamente, a alunos da rede municipal, ou o “Uma biblioteca em cada município”, do governo federal, o acesso aos livros em nosso país, especialmente nas periferias das grandes cidades, permanece escasso. No Parque Bristol, zona Sul de São Paulo, por exemplo, a biblioteca pública mais próxima fica a R$2,70 de distância, 30 minutos de ônibus, ou uma hora e meia a pé. E pode custar o dobro, se o leitor desejar voltar para casa após o passeio. Na Cidade Tiradentes, uma imensa área residencial, com alto índice de vulnerabilidade social, na Zona Leste de São Paulo, há apenas uma biblioteca e ela é comunitária - só existe enquanto o Núcleo Força Ativa, um grupo organizado da região, puder mantê-la. Como no Parque Bristol, que também tem sua biblioteca comunitária, o acesso a esse bem cultural depende não da ação obrigatória do governo, mas da boa vontade e da insistência política de cidadãs e cidadãos comuns.
Gente comum, esforços incomuns
Um amplo coletivo começou a ser formado em 2006, durante um encontro sobre bibliotecas comunitárias, no Itaú Cultural. Lá estavam eu, duas professoras universitárias - uma das quais era, na época, doutoranda pela Universidade de São Paulo e cuja tese abordava o tema das bibliotecas comunitárias, enquanto prática social no Brasil -, o Núcleo Cultural Força Ativa e outras organizações sociais envolvidas com o tema. A minha função, na ocasião, era apresentar a Livro-pra-que-te-quero (nossa biblioteca, gerida pelo Poder e Revolução, o “arquipélago urbano”) e as nossas estratégias de “espalha-leitura”.
Tempos depois, uma das professoras nos procurou para conhecer melhor a nossa experiência e certificar-se de que ela se encaixava em seu estudo acerca das bibliotecas comunitárias.
Aparentemente, ela gostou tanto do que viu, ali e em outros tantos espaços pelo país afora, que entendeu ser importante a realização de um encontro nacional de bibliotecas comunitárias, enquanto estratégia de fortalecimento destas iniciativas, de modo a aumentar sua visibilidade e promover trocas capazes de aumentar o acesso aos livros no país e contribuir para a formação de leitores. A seu convite, foi formado, então, um coletivo com vistas ao planejamento e execução deste encontro.
Primeiro Encontro Nacional de Bibliotecas Comunitárias
De 2009 até agora, muitos esforços foram demandados, por parte de todos, para que um encontro entre as bibliotecas comunitárias do país fosse realizado: foram feitas muitas reuniões de planejamento, viagens com gastos do próprio bolso, articulações comunitárias, um projeto foi escrito, um plano de trabalho desenhado, uma rede virtual foi criada e segue funcionando no endereço eletrônico http://www.rbbconexoes.ning.com.br. Além disso, foram feitos vários contatos com possíveis parceiros e patrocinadores da idéia. Muitos domingos de sol foram adiados, em nome desta possibilidade.
Entretanto, apesar da organização popular em torno da construção deste encontro, apesar de este ter sido um sonho sonhado junto, a realidade esbarrou no preço, na pouca importância que a leitura, estrategicamente, parece ter neste país, e o evento ainda não aconteceu.
Para que ele ocorra, esta luta precisa prosseguir. Por isso, convidamos a tod@s a que engrossem as fileiras em torno da batalha, ora travada, para que os livros, enquanto direito, como bens culturais que são, estejam acessíveis a todos e a todas e para que este encontro, enquanto estratégia de reforço nesta batalha, possa efetivamente acontecer.
Você, sabe o valor da leitura?
Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim.
Quem de nós sabe o valor da leitura? Posso dizer que sei. Ainda pequena, vivi as histórias de lobo e fantasma, de riso e de solidão, através das incansáveis narrativas de meu irmão, apenas dois anos mais velho que eu. Foi no espanto dessas histórias que eu, pela primeira vez, conheci o gosto de aventura em lugares distantes, com pessoas longínquas, em situações inusitadas, vampiro sonhando manhãs de sol.
Eu lia sem ler, ouvindo apenas - e vendo em meu irmão o brilho de entusiasmo e a satisfação em contar histórias, que só os grandes contadores de história têm. Quando, aos sete anos, entrei na escola, e as letrinhas juntaram-se em palavras e em sílabas - para mim, algumas delas nunca foram sílabas, foram sempre cachorros latindo, amigos se cumprimentando, reis ascendendo aos tronos, sapos, macacos e sherazades, explosões de significados, amor descoberto aos poucos.
Quando então aprendi a ler, o mundo se abriu de uma vez. E era pequeno demais para mim: o córrego [riacho] sujo, o barraco apertado e suspenso, para driblar as enchentes, a comida contada. Iniciada a leitura, apenas o amor da mãe prosseguiu (tão imenso quanto as esperanças que ela depositou em mim). Todo o resto perdeu a cor, dissipou-se, precisou ser reescrito.
Empodeirada de leitura, ganhei o mundo, estudei na melhor universidade do país, tornei-me poeta e professora. E se o mundo não me ganhou, foi porque desenvolvi meu senso crítico, fortaleci meu senso de proteção e encontrei alguém que me ajuda a ressignificar o mundo, cotidianamente.
Espalha-Leitura
Eu sei o valor da leitura e sei que no Brasil ele ainda é pequeno.
Embora os governos invistam minimamente em programas como o “Minha Biblioteca”, que distribui títulos, gratuitamente, a alunos da rede municipal, ou o “Uma biblioteca em cada município”, do governo federal, o acesso aos livros em nosso país, especialmente nas periferias das grandes cidades, permanece escasso. No Parque Bristol, zona Sul de São Paulo, por exemplo, a biblioteca pública mais próxima fica a R$2,70 de distância, 30 minutos de ônibus, ou uma hora e meia a pé. E pode custar o dobro, se o leitor desejar voltar para casa após o passeio. Na Cidade Tiradentes, uma imensa área residencial, com alto índice de vulnerabilidade social, na Zona Leste de São Paulo, há apenas uma biblioteca e ela é comunitária - só existe enquanto o Núcleo Força Ativa, um grupo organizado da região, puder mantê-la. Como no Parque Bristol, que também tem sua biblioteca comunitária, o acesso a esse bem cultural depende não da ação obrigatória do governo, mas da boa vontade e da insistência política de cidadãs e cidadãos comuns.
Gente comum, esforços incomuns
Um amplo coletivo começou a ser formado em 2006, durante um encontro sobre bibliotecas comunitárias, no Itaú Cultural. Lá estavam eu, duas professoras universitárias - uma das quais era, na época, doutoranda pela Universidade de São Paulo e cuja tese abordava o tema das bibliotecas comunitárias, enquanto prática social no Brasil -, o Núcleo Cultural Força Ativa e outras organizações sociais envolvidas com o tema. A minha função, na ocasião, era apresentar a Livro-pra-que-te-quero (nossa biblioteca, gerida pelo Poder e Revolução, o “arquipélago urbano”) e as nossas estratégias de “espalha-leitura”.
Tempos depois, uma das professoras nos procurou para conhecer melhor a nossa experiência e certificar-se de que ela se encaixava em seu estudo acerca das bibliotecas comunitárias.
Aparentemente, ela gostou tanto do que viu, ali e em outros tantos espaços pelo país afora, que entendeu ser importante a realização de um encontro nacional de bibliotecas comunitárias, enquanto estratégia de fortalecimento destas iniciativas, de modo a aumentar sua visibilidade e promover trocas capazes de aumentar o acesso aos livros no país e contribuir para a formação de leitores. A seu convite, foi formado, então, um coletivo com vistas ao planejamento e execução deste encontro.
Primeiro Encontro Nacional de Bibliotecas Comunitárias
De 2009 até agora, muitos esforços foram demandados, por parte de todos, para que um encontro entre as bibliotecas comunitárias do país fosse realizado: foram feitas muitas reuniões de planejamento, viagens com gastos do próprio bolso, articulações comunitárias, um projeto foi escrito, um plano de trabalho desenhado, uma rede virtual foi criada e segue funcionando no endereço eletrônico http://www.rbbconexoes.ning.com.br. Além disso, foram feitos vários contatos com possíveis parceiros e patrocinadores da idéia. Muitos domingos de sol foram adiados, em nome desta possibilidade.
Entretanto, apesar da organização popular em torno da construção deste encontro, apesar de este ter sido um sonho sonhado junto, a realidade esbarrou no preço, na pouca importância que a leitura, estrategicamente, parece ter neste país, e o evento ainda não aconteceu.
Para que ele ocorra, esta luta precisa prosseguir. Por isso, convidamos a tod@s a que engrossem as fileiras em torno da batalha, ora travada, para que os livros, enquanto direito, como bens culturais que são, estejam acessíveis a todos e a todas e para que este encontro, enquanto estratégia de reforço nesta batalha, possa efetivamente acontecer.
Você, sabe o valor da leitura?
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Cancelado CANAL LIVRE do Dia 16/05/2010
Comunidado importante
O CANAL LIVRE que teria apresentação dia 16/05/2010, foi cancelado devido a programação da Virada Cultural que estara sendo realizado na Cidade de São Paulo na mesma data.
o Canal Livre seguira sua programação do dia 30/05/2010 normalmente, com a presença de
FUMAÇA ONE e convidados,
Batalha de Mcs,
D iscotecagens e muito mas.
Informamos ainda que:
à Partir do mês de Junho/2010 o evento CANAL LIVRE será mensal,
e não mas quinzenal como vinha sendo.
Agradecemos a compreensão e até dia 30/05/2010
Grato: CANAL LIVRE
O CANAL LIVRE que teria apresentação dia 16/05/2010, foi cancelado devido a programação da Virada Cultural que estara sendo realizado na Cidade de São Paulo na mesma data.
o Canal Livre seguira sua programação do dia 30/05/2010 normalmente, com a presença de
FUMAÇA ONE e convidados,
Batalha de Mcs,
D iscotecagens e muito mas.
Informamos ainda que:
à Partir do mês de Junho/2010 o evento CANAL LIVRE será mensal,
e não mas quinzenal como vinha sendo.
Agradecemos a compreensão e até dia 30/05/2010
Grato: CANAL LIVRE
quinta-feira, 6 de maio de 2010
OFICINA NO CCCA SACOMÃ
Não foi, NO hIP hoP É NÓIZ? Perdeu!!!!
Mas não precisa se preocupar eventos sempre teremos,gostou da festa de inauguração do projeto???
Então venham conhecer nossas oficinas permanentes no espaço do CCCA Sacomã,localizado no JD São Savério na rua Canção do Exilio nº 207,ao lado do ponto final do ônibus Jd São Savério linha 475R,ônibus de fácil acesso,pode embarcar nele descendo na estação Saúde do metrô.
venham conhecer nossas oficinas de teatro,capoeira,dj,percussão corporal,b.boy,técnicas vocais,Mc,freestyle rap,graffite.
Bastian
Membro do Fórum Hip Hop é Nois (FH2FI)
Mas não precisa se preocupar eventos sempre teremos,gostou da festa de inauguração do projeto???
Então venham conhecer nossas oficinas permanentes no espaço do CCCA Sacomã,localizado no JD São Savério na rua Canção do Exilio nº 207,ao lado do ponto final do ônibus Jd São Savério linha 475R,ônibus de fácil acesso,pode embarcar nele descendo na estação Saúde do metrô.
venham conhecer nossas oficinas de teatro,capoeira,dj,percussão corporal,b.boy,técnicas vocais,Mc,freestyle rap,graffite.
Bastian
Membro do Fórum Hip Hop é Nois (FH2FI)
terça-feira, 4 de maio de 2010
ASSINE PARA ACABAR COM A CORRUPÇÃO
Chegou a hora!
Continuem assinando e divulgando.
Esta poderá ser uma oportunidade histórica de acabar com a corrupção no Brasil, eliminando das eleições candidatos que cometeram crimes sérios como corrupção e lavagem de dinheiro.
Estamos nos preparando para uma entrega espetacular da petição no Congresso Nacional. Hoje saberemos se esta legislação ousada irá se tornar lei! Continuem assinando e divulgando!
Prezados Parlamentares,
Nós pedimos vosso apoio ao Projeto de Lei da Ficha Limpa (PLP 518/2009). Contamos com o seu voto por eleições limpas, onde candidatos condenados por crimes graves como assassinato e desvio de verbas públicas se tornem inelegíveis. Nossos votos em outubro dependerão da sua atuação neste momento crucial da política brasil.
Assine a petição .
Continuem assinando e divulgando.
Esta poderá ser uma oportunidade histórica de acabar com a corrupção no Brasil, eliminando das eleições candidatos que cometeram crimes sérios como corrupção e lavagem de dinheiro.
Estamos nos preparando para uma entrega espetacular da petição no Congresso Nacional. Hoje saberemos se esta legislação ousada irá se tornar lei! Continuem assinando e divulgando!
Prezados Parlamentares,
Nós pedimos vosso apoio ao Projeto de Lei da Ficha Limpa (PLP 518/2009). Contamos com o seu voto por eleições limpas, onde candidatos condenados por crimes graves como assassinato e desvio de verbas públicas se tornem inelegíveis. Nossos votos em outubro dependerão da sua atuação neste momento crucial da política brasil.
Assine a petição .
domingo, 2 de maio de 2010
Dia das Mães, Grades, Filhos " Amor só de Mãe"
A pessoa presa pode perder tudo: liberdade, casa, emprego, amigos, parentes, e aMuito mas
Mas há alguém que não o abandona: sua mãe.
Mas há alguém que não o abandona: sua mãe.
O Brasil conta hoje com mais de 400 mil presos, a maioria composta por jovens entre 18 e 25 anos. Muitos deles, ao ingressarem nas prisões, são esquecidos pela comunidade de onde vieram. Em São Paulo, a situação se agrava, pois as penitenciárias distam até 12 horas de onde vivem os familiares. A enorme distância constitui um dos fatores de maior desagregação dos presos em relação à família e à comunidade à qual originalmente pertencem.
No entanto, as mães não medem sacrifícios para assistirem os seus filhos, ainda que estejam presos em outros estados. Mesmo formando uma massa empobrecida, sem recursos para manter-se, percorrem longos caminhos para estar com seus filhos as vezes por duas ou três horas somente.
A peregrinação das mães, começa na sexta-feira, quando se reúnem num mesmo local para tomar o ônibus que as levará até a penitenciária. Continua durante a viagem, requentemente são paradas pela polícia para revista. pois são “mães de criminosos”. A Humilhações prossegue até a entrada da penitenciária, onde são revistadas, com a utilização de modos incompatíveis com a dignidade da pessoa humana, como por exemplo, sentarem nuas em um banquinho detector de metais ou agachar por duas ou três vezes diante de funcionárias que nem sempre as tratam com respeito.
caminham em filas até os pavilhões internos sob os olhares indiferentes de alguns funcionários, ou mesmo sob ofensas verbais e piadinhas sujas.
Para muitos presos, esses são os únicos momentos de alegria durante o longo tempo de cumprimento de suas penas. Os presos artistas, quando chega o dia das mães, enchem as paredes dos pavilhões com papéis decorados e lindas mensagens. É a maneira que eles encontram de homenageá-las. A visita é tão importante que, se a administração penitenciária quiser provocar uma rebelião, basta suspender as visitas e pronto, está armada a confusão. Pode se tirar tudo do preso, menos o direito de ver suas mães.
Ser mãe de preso não é uma experiência agradável, afinal, ninguém deseja ter um filho preso.
Imagina entãoas presas que tambem são mães. E que em pleno dia delas, estão longe de seus filhos, muitas vezes alem das grades, a distancia de milhas a separam.
A mulher sofre muito mais as conseqüências do aprisionamento do que os homens. E isso por duas razões:
Primeiramente porque representa apenas 5% da população prisional e, por esse motivo, não recebem a mesma atenção das autoridades oferecida aos homens, sua voz não se faz ouvir ante as autoridades constituídas, as quais reservam a quase totalidade de seus recursos para as prisões masculinas.
Além disso, a vulnerabilidade da mulher em relação à saúde supera muito a do homem, pois necessita de cuidados especiais. O fluxo menstrual e a gravidez são suficientes para recordar a indispensabilidade de ginecologista e obstetra.
Em segundo lugar está o abandono quase total a que as mulheres são submetidas. Se os homens recebem visitas de suas mães e esposas as mulheres só tem visitas de suas mães, os esposos, não poucas vezes esquecem-na.
Os homens em São Paulo estão em penitenciária ou em centros de detenção provisória. Já grande parte das mulheres presas, principalmente aquelas que são mães, para não perder o contato com os filhos, permanecem em carceragem da polícia civil espalhadas pelo estado, prisões essas sem condições para abrigar seres humanos. Essas mulheres sacrificam seu próprio bem estar, aceitando viver em lugares insalubres e superlotados para poder ver seus filhos uma vez por semana.
Delicado também é o estado das mães presas e grávidas. Poucas recebem atendimento pré-natal e isso tem levado invariavelmente a abortamentos e complicações no parto. Muitas por falta de médicos na unidade prisional e escolta para levá-las para o hospital, iniciam o trabalho de parto na cela mesmo e têm seus filhos com a ajuda de outras presas.
Existe aida mães de presos que tambem estão encarceradas, pois acontece de muitas entrar em desespero com dividas dos filhos, e na tentativa de pagar a divida do filho topa tentar driblar a revista em dia de visita e vão presas com drogas escondida no corpo.
O que uma Mãe não faz por seu Filhos ???
Por Isso Mães, feliz dia!
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