quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mais 100 nomes na lista de mortos

 
A propósito das mortes de civis  e pm's

O Ministro da Justiça. José Eduardo Cardozo, por ocasião do anúncio da integração de forças entre Estado e União para combate ao crime “organizado”, afirmou ontem, categoricamente, que as mortes de Policiais Militares ocorridas neste último ano serão todas investigadas e punidas.
Aproveito a deixa para lembrar ao Senhor Ministro de que não foram apenas os policiais que tiveram suas vidas ceifadas. Dezenas de civis também têm sido vítimas de assassinatos e, em muitos casos, as suspeitas têm recaído exatamente sobre PM's, ou sobre os chamados “grupos de extermínio”.
Aproveito também para perguntar se posso enviar ao Senhor Ministro uma lista pessoal de mais de 100 pessoas cujas mortes, todas violentas, nunca foram solucionadas. Essa lista foi recolhida ao longo de 36 anos e todas essas pessoas eram conhecidas, amigos, vizinhos ou parentes do meu esposo. Se adicionarmos os “meus” mortos, essa lista certamente aumentará.
Um momento: eu não sou louca. Não desejo que ninguém seja morto e nem tenho intenção nenhuma de que todas essas mortes do passado sejam realmente investigadas. Mas seria fenomenal, algo digno de muito respeito, se o Estado e seus representantes mostrassem por nós o mesmo interesse que demonstram em defender seus cargos políticos, sua imagem pública e não nos abandonassem (a nós e aos policiais - que, afinal de conta são gente da gente) à própria sorte. Seria interessante ter um Estado cuidador.
Enfim, gostaria de lembrar às autoridades que a coisa mais importante dessa história de horror que revivemos hoje são as vidas humanas (dos policiais e também dos civis), a dor das famílias e o desajuste social causado por essas mortes.

Notícia de Israel
(trecho)

Me mandem matar a polícia!
Eu vou, se isso trouxer
Israel,
Sandro,
Aristides,
Luciano,
Márcio,
Cometa,
Buiú
(toda a família de Elisângela)
Edmarcos e
Hilário
(toda os mortos dos CEDECAS)
de volta.
Me mandem matar os bandidos!
Eu vou, se me deixarem
Matar todos os homens-blindados-que-cagam-ouro-na-minha-fome-e-na-fome-da-minha-família.

Eu mataria capitães do mato
Se eles não fossem de fato
Tão vítimas como são vítimas:
Os policiais fardados,
Os meninos sem camisa,
A mulher de volta pra casa,
Israel, no colo da mãe.
O fuzil de minha palavra
Precisa estar voltado
Pra verdadeira revolução.

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