quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Apoio a Dr Valdênia


O assunto hoje é muito pesado!

Tem muita gente que nem acredita que isso ainda exista, mas quero falar da perseguição e armação contra numa advogada da área de direitos humanos, que atua na região de sapopemba, chamada Valdênia Aparecida Paulino, conhecida como Dra. Valdênia pela população.

Valdênia é uma figura de livro é uma personagem de historia em quadrinhos.

Valdênia é advogada, pedagoga e professora.

Valdênia é fodida, sacudida, encara pra valer, é um exemplo de coragem e de conduta.

Boca dura, que só ela, já conheci gente corajosa, já conheci gente que se mete em confusão e na defesa dos mais pobres, dos mais humildes, dos mais perseguidos, mas como ela são poucas.

Sempre que assisto aquele documentário fantástico do Eduardo Coutinho “Cabra Marcado para Morrer”, baseado no assassinato de João Pedro Teixeira (1962), líder de uma Liga Camponesa na Paraíba, e vejo a viúva Elizabeth Teixeira narrando os fatos, ela me lembra a Valdênia. Só que há uma diferença, ao contrário do camponês João Pedro Teixeira, Valdênia é cabra marcada para viver.

Para viver intensamente no meio do povo, que figura bonita, magrinha, fina, de gestos geométricos e excelente oratória, em que vai atirando com as palavras. Ela não perdoa os torturadores, aqueles que atiram pelas costas à noite nas favelas, não perdoa os dissimulados, os desavisados, ela nunca pega leve, quando está inconformada com a barbárie e a injustiça.

Pois é, já tentaram de tudo para pegá-la. Ela já sofreu ameças de morte de todos os lados, da polícia e do tráfico, já teve até que sair do pais e andar escoltada. Mas seu corpo é fechado e seu anjo da guarda nunca dorme em serviço.

Só que dessa vez, armaram legal, à moda antiga, à moda mais covarde e suja. Estouraram um aparelho do tráfico, com a imprensa na porta, aí, pasmem senhores, pasmem, parece coisa de jornal velho, encontraram uma agenda na casa dos procurados, encontraram uma agenda no aparelho estourado do tráfico e o que continha nesta agenda? Adivinhem o que continha, o que encontraram? Uma agenda, uma suposta agenda, com nomes de pessoas que recebiam contribuições ou pagamentos do tráfico. E lá estava o nome da Valdênia. Ninguém sabe, ninguém viu. Que armação velha, que armação suja. Valdênia, a advogada dos pobres despossuídos, na folha de pagamento do tráfico. Que vergonha! Ainda fizeram publicar nos jornais a encomenda.

Não! Ninguém vai desmoralizar a Valdênia, ninguém vai quebrar a fé e a credibilidade que temos nela.
A Valdênia é incorruptível, é exemplo. Seus pequenezes, abastardados pela convivência com o crime.
Confiamos na honestidade da Valdênia Aparecida Paulino, filha da dona Sebastiana Gomes Paulino e do Sr. Orácio Paulino, nascida em 30 de abril de 67, há exatamente 40 anos, em Bocaiúva, Minas Gerais. Veio com a família para São Paulo na década de 1970, para morar na periferia da zona leste, onde iniciou sua militância junto à comunidade.

Brigou com a Valdênia, brigou comigo, brigou com a Valdênia, brigou com o povão, brigou com a Valdenia, vai ter troco, troco na moral, na categoria, na classe.

Compareça ao ato de desagravo em apoio à Dra. Valdênia, no dia 18 de outubro, às 15h30, no Plenário José Bonifácio, na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Se você tem algo a dizer, se a conhece venha dar uma força, se não a conhece venha do mesmo jeito, porque vale a pena conhecer essa personagem da história da humanidade.

Adriano Diogo

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