Para o pai do "Plin", 10 dias após o confronto final
E nós sabemos que aqui há guerra
que a vida diária é luto
que a luta armada é óbvia
- só não são os inimigos.
Sabemos que a fome é batalha diária dos intestinos
que erguendo ou não as armas,
cometemos suicídio.
De repente,
escrever poesia,
como quem ergue um copo de vinho
e gritar ao amor! ao amor! à ternura...
redescobrir espasmos, vermelhidão, gritos gagos
ao caso! ao acaso! ao acaso!
logo, as histórias serão outras.
Outros tempos e pessoas
renascendo dessas cinzas.
logo esse sangue derramado
será lembrança de atalho
quase destruído.
e brindar com poesia
esse surto de loucura,
não será alheamento,
não será mais absurdo.
(São milhares de soldados
sangrando nos becos fechados
sem saber do inimigo)
Um comentário:
Esqueci de acrescentar Raulzito:
"Nunca se vence uma guerra lutando sozinho. Ce sabe que gente precisa entrar em contato."
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