domingo, 2 de maio de 2010

Dia das Mães, Grades, Filhos " Amor só de Mãe"

A pessoa presa pode perder tudo: liberdade, casa, emprego, amigos, parentes, e aMuito mas
Mas há alguém que não o abandona: sua mãe.

O Brasil conta hoje com mais de 400 mil presos, a maioria composta por jovens entre 18 e 25 anos. Muitos deles, ao ingressarem nas prisões, são esquecidos pela comunidade de onde vieram. Em São Paulo, a situação se agrava, pois as penitenciárias distam até 12 horas de onde vivem os familiares. A enorme distância constitui um dos fatores de maior desagregação dos presos em relação à família e à comunidade à qual originalmente pertencem.

No entanto, as mães não medem sacrifícios para assistirem os seus filhos, ainda que estejam presos em outros estados. Mesmo formando uma massa empobrecida, sem recursos para manter-se, percorrem longos caminhos para estar com seus filhos as vezes por duas ou três horas somente.

A peregrinação das mães, começa na sexta-feira, quando se reúnem num mesmo local para tomar o ônibus que as levará até a penitenciária. Continua durante a viagem, requentemente são paradas pela polícia para revista. pois são “mães de criminosos”. A Humilhações prossegue até a entrada da penitenciária, onde são revistadas, com a utilização de modos incompatíveis com a dignidade da pessoa humana, como por exemplo, sentarem nuas em um banquinho detector de metais ou agachar por duas ou três vezes diante de funcionárias que nem sempre as tratam com respeito.
caminham em filas até os pavilhões internos sob os olhares indiferentes de alguns funcionários, ou mesmo sob ofensas verbais e piadinhas sujas.

Para muitos presos, esses são os únicos momentos de alegria durante o longo tempo de cumprimento de suas penas. Os presos artistas, quando chega o dia das mães, enchem as paredes dos pavilhões com papéis decorados e lindas mensagens. É a maneira que eles encontram de homenageá-las. A visita é tão importante que, se a administração penitenciária quiser provocar uma rebelião, basta suspender as visitas e pronto, está armada a confusão. Pode se tirar tudo do preso, menos o direito de ver suas mães.

Ser mãe de preso não é uma experiência agradável, afinal, ninguém deseja ter um filho preso.
Imagina entãoas presas que tambem são mães. E que em pleno dia delas, estão longe de seus filhos, muitas vezes alem das grades, a distancia de milhas a separam.
A mulher sofre muito mais as conseqüências do aprisionamento do que os homens. E isso por duas razões:

Primeiramente porque representa apenas 5% da população prisional e, por esse motivo, não recebem a mesma atenção das autoridades oferecida aos homens, sua voz não se faz ouvir ante as autoridades constituídas, as quais reservam a quase totalidade de seus recursos para as prisões masculinas.

Além disso, a vulnerabilidade da mulher em relação à saúde supera muito a do homem, pois necessita de cuidados especiais. O fluxo menstrual e a gravidez são suficientes para recordar a indispensabilidade de ginecologista e obstetra.

Em segundo lugar está o abandono quase total a que as mulheres são submetidas. Se os homens recebem visitas de suas mães e esposas as mulheres só tem visitas de suas mães, os esposos, não poucas vezes esquecem-na.

Os homens em São Paulo estão em penitenciária ou em centros de detenção provisória. Já grande parte das mulheres presas, principalmente aquelas que são mães, para não perder o contato com os filhos, permanecem em carceragem da polícia civil espalhadas pelo estado, prisões essas sem condições para abrigar seres humanos. Essas mulheres sacrificam seu próprio bem estar, aceitando viver em lugares insalubres e superlotados para poder ver seus filhos uma vez por semana.

Delicado também é o estado das mães presas e grávidas. Poucas recebem atendimento pré-natal e isso tem levado invariavelmente a abortamentos e complicações no parto. Muitas por falta de médicos na unidade prisional e escolta para levá-las para o hospital, iniciam o trabalho de parto na cela mesmo e têm seus filhos com a ajuda de outras presas.

Existe aida mães de presos que tambem estão encarceradas, pois acontece de muitas entrar em desespero com dividas dos filhos, e na tentativa de pagar a divida do filho topa tentar driblar a revista em dia de visita e vão presas com drogas escondida no corpo.

O que uma Mãe não faz por seu Filhos ???


Por Isso Mães, feliz dia!

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei extremamente feliz em saber que alguém lembrou dessas guerreiras que mesmo diante das dificuldades e descaso do poder público, não deixam de ser mãe e acompanham seus filhos onde quer que estejam.

Muito bom e útil seu texto!
Parabéns

Jú Balduino

LITERATURA BRASILEIRA NA ESPANHA disse...

triste até... e a tendência é piorar...