A Familia era toda completa, Maria Pinguinha, Lerindo e seus filhos, Beto, Sandro o mas velho, Caco, Mara e Kátia.
Mas as dificuldades eram enormes, pois no barraco onde moravam faltava de tudo, moveis, comida, roupa etc.
O Sandro começou a praticar alguns crimes e foi logo cedo pra FEBEM, onde passou toda sua infância e adolescência.
Maria Pinguinha e Lerindo acabaram por se separarem devido constantes brigas. Alem do álcool.
Caco era dos meninos o filho do meio e certa vez foi pra lagoa do Zoológico nadar e morreu afogado, ele sempre gostava de nadar, as vezes mergulhava até mesmo no esgoto a céu aberto que passava no fundo da favela.
Essa família passou por muitos sofrimentos, pois quando o Sandro já maior de idade ganhou sua liberdade, não se arrumou na vida, e nem poderia pois ele agora alem da passagem pela FEBEM, não tinha estudo e era portador do vírus H.I.V.
Com o passar do tempo o vírus começou a fazer efeito e certa noite o Sandro pegou um lençol e se enforcou em um pé de Alcalipito. Mas não chegou a ser dessa vez, pois alguns garotos que desconfiavam que ele ia se matar tiraram ele da forca e o levaram para um hospital. Algumas semanas depois ele foi internado e veio a falecer.
Mara a irmã mas velha também faleceu alguns anos mas tarde e deixou pelo menos 5 filhos para o marido que trabalhava de pedreiro cuidar.
Um mês depois foi a vez de Maria Pinguinha falecer com cirrose.
Lerindo ninguém sabe noticias.
Kátia que era a filha, mas nova de Maria Pinguinha com Lerindo virou uma piranha que dava pra quem quisesse. Depois conheceu o Zé Piaba teve um filho com ele, o Zé Piaba foi assassinado e a Kátia vive hoje em um albergue no centro da cidade com seu filho João Paulo.
Beto desistiu dos estudos, partiu pro crime e hoje esta preso cumprindo pena por trafico de drogas no interior de São Paulo. Sua mulher a Bia cuida de seus dois filhos.
Essa historia não é trilha sonora da malhação
È a verdadeira historia de uma família do Bristão.
Eu Presenciei.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
Alessandro Buzo entrevista Robson Canto (Literatura Periferica)
Robson Canto e Neide
Entrevista com Róbson Canto, poeta e escritor da periferia.Não da para entender o Róbson Canto, ele é um ser humano fantástico, amigo e guerreiro, mas ao mesmo tempo ele é indeciso, enrolado..........mas esse é o Róbson Canto, só não tente entende-lo. Morador de uma das maiores favelas de São Paulo, montou uma biblioteca na sua casa, participou de duas coletâneas antes de lançar seu primeiro livro "Noite Adentro", então vamos ver o que pensa Róbson Canto, nessa entrevista feita pelo também escritor Alessandro Buzo.
Alessandro Buzo: Antes da estreia com seu livro você fez algumas participações, fale sobre elas ?
Róbson Canto: Participei do livro Sarau da Cooperifa - Antologia Poética. Organizado pela "Dulcinéia Catadora de Papelão." Minha poesia se chama "Catador de Papelão" - em homenagem ao projeto. E participei do livro Suburbano Convicto - Pelas Periferias do Brasil. Organizado pelo escritor Alessandro Buzo. No livro eu escrevi uma poesia chamada `Rapoesia´ e um texto chamado `Um Show´.
E seu livro Noite Adentro ? Fale-nos sobre ele ?
Robson Canto:Diversos livros retratam o cotidiano das periferias. Tentei escrever o meu ponto de vista. Sei que não agradei algumas pessoas, por que o Noite Adentro fala sobre namoro, sexo, orgia, traição e putaria. Como diz o escritor cubano Pedro Juan: As pessoas mais conservadoras queriam ler outras coisas como: Trafico de drogas, racismo, alimento caro no mercado, por que o céu é azul, por que a merda da novela das oito começa pontualmente as nove ou quem será o novo contratado do Real Madrid. Não quero me gabar não, mas o prefácio do meu livro, escrito pelo Sacolinha é o melhor prefácio de todos os livros que já li. Se fosse o prefácio de outro livro eu diria a mesma coisa. Mas ninguém diz "Óh que da hora o cara lá do Helipa convidou um cara lá da distante cidade de Suzano pra fazer o prefácio do seu livro". A literatura uniu dois mundos completamente diferentes. Se nós tivéssemos nos juntado pra seqüestrar a Sandy ou Xuxa ou se tivéssemos ido pra Cordilheira dos Andes integrar as FARC certamente seriamos capa de revistas. Como é literatura ninguém tá nem aí! Sem contar na capa do livro. Que se prestarem à atenção é uma viajem muito loka do South. Eu disse a ele eu quero um desenho com um rapaz lendo mas que aparecesse a quebrada. Aí ele disse: - Já sei o que cê quê! Então saio aquele quadro lindo que é capa do Noite Adentro.
Esperava concorrer ao Prêmio Hutúz com ele ?
Concorrer ao prêmio Hutúz? Nem em sonho!
Nos fale da Cooperifa?
Antes de freqüentar o sarau da Cooperifa eu achei que sabia tudo sobre família. Depois eu descobri que não sabia nada. Os melhores seres humanos que eu conheci foram ali. Não dá pro Robson Canto descrever a Cooperifa. Nem Freud explica!
Vc montou uma biblioteca na sua casa (Favela dos Pilões-Heliópolis), nos fale dela ?
A Biblioteca Luiz Alberto Mendes está engatinhando. Eu a fiz num quartinho da minha casa. Já tem dez usuários (eu, um deles). E um menino de uns oito anos que vai lá buscar gibi. A primeira vez que ele foi lá foi engraçado ele entrou e disse "Eita porra quanto livro!"
Um Livro ?
Eu diria a você um livro por dia, um livro por mês, um livro por ano. Mas um livro que não se pode morre sem ler é Quarto de Despejo - Carolina de Jesus.
Um Filme.
Malcolm-X
Um Sonho ?
Mais livros menos necrotério.
Entrevista com Róbson Canto, poeta e escritor da periferia.Não da para entender o Róbson Canto, ele é um ser humano fantástico, amigo e guerreiro, mas ao mesmo tempo ele é indeciso, enrolado..........mas esse é o Róbson Canto, só não tente entende-lo. Morador de uma das maiores favelas de São Paulo, montou uma biblioteca na sua casa, participou de duas coletâneas antes de lançar seu primeiro livro "Noite Adentro", então vamos ver o que pensa Róbson Canto, nessa entrevista feita pelo também escritor Alessandro Buzo.
Alessandro Buzo: Antes da estreia com seu livro você fez algumas participações, fale sobre elas ?
Róbson Canto: Participei do livro Sarau da Cooperifa - Antologia Poética. Organizado pela "Dulcinéia Catadora de Papelão." Minha poesia se chama "Catador de Papelão" - em homenagem ao projeto. E participei do livro Suburbano Convicto - Pelas Periferias do Brasil. Organizado pelo escritor Alessandro Buzo. No livro eu escrevi uma poesia chamada `Rapoesia´ e um texto chamado `Um Show´.
E seu livro Noite Adentro ? Fale-nos sobre ele ?
Robson Canto:Diversos livros retratam o cotidiano das periferias. Tentei escrever o meu ponto de vista. Sei que não agradei algumas pessoas, por que o Noite Adentro fala sobre namoro, sexo, orgia, traição e putaria. Como diz o escritor cubano Pedro Juan: As pessoas mais conservadoras queriam ler outras coisas como: Trafico de drogas, racismo, alimento caro no mercado, por que o céu é azul, por que a merda da novela das oito começa pontualmente as nove ou quem será o novo contratado do Real Madrid. Não quero me gabar não, mas o prefácio do meu livro, escrito pelo Sacolinha é o melhor prefácio de todos os livros que já li. Se fosse o prefácio de outro livro eu diria a mesma coisa. Mas ninguém diz "Óh que da hora o cara lá do Helipa convidou um cara lá da distante cidade de Suzano pra fazer o prefácio do seu livro". A literatura uniu dois mundos completamente diferentes. Se nós tivéssemos nos juntado pra seqüestrar a Sandy ou Xuxa ou se tivéssemos ido pra Cordilheira dos Andes integrar as FARC certamente seriamos capa de revistas. Como é literatura ninguém tá nem aí! Sem contar na capa do livro. Que se prestarem à atenção é uma viajem muito loka do South. Eu disse a ele eu quero um desenho com um rapaz lendo mas que aparecesse a quebrada. Aí ele disse: - Já sei o que cê quê! Então saio aquele quadro lindo que é capa do Noite Adentro.
Esperava concorrer ao Prêmio Hutúz com ele ?
Concorrer ao prêmio Hutúz? Nem em sonho!
Nos fale da Cooperifa?
Antes de freqüentar o sarau da Cooperifa eu achei que sabia tudo sobre família. Depois eu descobri que não sabia nada. Os melhores seres humanos que eu conheci foram ali. Não dá pro Robson Canto descrever a Cooperifa. Nem Freud explica!
Vc montou uma biblioteca na sua casa (Favela dos Pilões-Heliópolis), nos fale dela ?
A Biblioteca Luiz Alberto Mendes está engatinhando. Eu a fiz num quartinho da minha casa. Já tem dez usuários (eu, um deles). E um menino de uns oito anos que vai lá buscar gibi. A primeira vez que ele foi lá foi engraçado ele entrou e disse "Eita porra quanto livro!"
Um Livro ?
Eu diria a você um livro por dia, um livro por mês, um livro por ano. Mas um livro que não se pode morre sem ler é Quarto de Despejo - Carolina de Jesus.
Um Filme.
Malcolm-X
Um Sonho ?
Mais livros menos necrotério.
Oficina de Sexualidade
Nossas Oficinas de Sexualidade
para Crianças e Adolescentes
ja estão em andamento.
E esta sendo realizado
E esta sendo realizado
com profissionais do CEDECA (Unas)
amplamente qualificados´
para o assunto.
Local: Maloca Espaço Cultural,556
Local: Maloca Espaço Cultural,556
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Substituta da Revista Rap Brasil
Essa é a mas nova revista que chega as bancas.
Sera que depois de variaaassss que trataram do hip-hop essa vai se manter ?
Ou vai acabar logo mas como todas as outras ?
Porque sera que revistas de fofocas, desgraças e sexo permanecem por decadas e as de Hip-Hop Não ?
Vamos torcer para que essa permaneça e represente BEM nossa cultura.
Menas Propagandas e mas materias, Menas publicidade e mas qualidade.
Sera que depois de variaaassss que trataram do hip-hop essa vai se manter ?
Ou vai acabar logo mas como todas as outras ?
Porque sera que revistas de fofocas, desgraças e sexo permanecem por decadas e as de Hip-Hop Não ?
Vamos torcer para que essa permaneça e represente BEM nossa cultura.
Menas Propagandas e mas materias, Menas publicidade e mas qualidade.
sábado, 19 de janeiro de 2008
A SECRETARIA DE CULTURA ABRE O PROCESSO DE SELEÇÃO DOS OFICINEIROS PARA O ANO DE 2008
A Secretaria de Cultura de Diadema através das entidades Associação Brasileira de Dança, Associação Artes visuais de Diadema, Associação Musical de Diadema e Zulu Nation Brasil abrem Inscrições para o processo de seleção de oficineiros nas linguagens artísticas: Artes Plásticas, Circo, Dança, Fotografia, Hip-Hop, Literatura, Música, Teatro e Vídeo.
Valor Bruto da hora aula: R$ 18,00 reais
Fases do processo
Período de 2008
Observação
Inscrição
21 a 31 de janeiro
Entrega dos projetos e currículos
Leitura dos projetos
18 a 20 de fevereiro
Ação realizada pela comissão avaliadora.
Entrevista com candidatos selecionados
21 a 25 de fevereiro
A comissão de cada linguagem ligará marcando local e horário da entrevista
Divulgação dos aprovados
A partir do dia 27 de fevereiro
A Lista estará disponível na Secretaria de Cultura.
Entrega dos documentos
A partir do dia 28 de fevereiro
A comissão entrará em contato com o aprovado alinhando os detalhes para a contratação.
Encontro da Formação
04 a 08 de março
Encontro entre oficineiros contratados com Agentes de Cultura, Assessorias de linguagem e corpo diretivo da Secretaria de Cultura.
O contratado deve ter disponibilidade para este período. A assessoria de cada linguagem comunicará os horários de cada encontro.
Inicio das Oficinas
11 de março
Local de inscrição
Secretaria de Cultura de Diadema
Rua Guaricica nº. 45; 1º andar – Vila São José – CEP 09950-540.
Serviço de Formação – fone: 4072 9311/9314 / Atendimento: segunda a sexta das 09h00 as 17h00
No ato da inscrição candidato deve entregar:
02 Copias do Currículo
Formato do currículo: a 1ª folha com os dados pessoais: nome/ endereço/ telefone/ e-mail / CPF / RG / Se possui ISS no município. A partir da 2ª folha síntese da experiência profissional.
02 copias do Projeto
Formato do projeto: Linguagem, modalidade, justificativa, objetivo e metodologia que será aplicada.
(Secretaria de Cultura não realizará inscrições via internet ou correios, não devolverá o material entregue e não aceitará documentos originais).
A Secretaria de Cultura de Diadema através das entidades Associação Brasileira de Dança, Associação Artes visuais de Diadema, Associação Musical de Diadema e Zulu Nation Brasil abrem Inscrições para o processo de seleção de oficineiros nas linguagens artísticas: Artes Plásticas, Circo, Dança, Fotografia, Hip-Hop, Literatura, Música, Teatro e Vídeo.
Valor Bruto da hora aula: R$ 18,00 reais
Fases do processo
Período de 2008
Observação
Inscrição
21 a 31 de janeiro
Entrega dos projetos e currículos
Leitura dos projetos
18 a 20 de fevereiro
Ação realizada pela comissão avaliadora.
Entrevista com candidatos selecionados
21 a 25 de fevereiro
A comissão de cada linguagem ligará marcando local e horário da entrevista
Divulgação dos aprovados
A partir do dia 27 de fevereiro
A Lista estará disponível na Secretaria de Cultura.
Entrega dos documentos
A partir do dia 28 de fevereiro
A comissão entrará em contato com o aprovado alinhando os detalhes para a contratação.
Encontro da Formação
04 a 08 de março
Encontro entre oficineiros contratados com Agentes de Cultura, Assessorias de linguagem e corpo diretivo da Secretaria de Cultura.
O contratado deve ter disponibilidade para este período. A assessoria de cada linguagem comunicará os horários de cada encontro.
Inicio das Oficinas
11 de março
Local de inscrição
Secretaria de Cultura de Diadema
Rua Guaricica nº. 45; 1º andar – Vila São José – CEP 09950-540.
Serviço de Formação – fone: 4072 9311/9314 / Atendimento: segunda a sexta das 09h00 as 17h00
No ato da inscrição candidato deve entregar:
02 Copias do Currículo
Formato do currículo: a 1ª folha com os dados pessoais: nome/ endereço/ telefone/ e-mail / CPF / RG / Se possui ISS no município. A partir da 2ª folha síntese da experiência profissional.
02 copias do Projeto
Formato do projeto: Linguagem, modalidade, justificativa, objetivo e metodologia que será aplicada.
(Secretaria de Cultura não realizará inscrições via internet ou correios, não devolverá o material entregue e não aceitará documentos originais).
Valeu Prefeitura SP
Agradecemos a Prefeitura de São Paulo por cortar o mato do Maloca Espaço Cultural,
Pois é; pela primeira vez eles vieram cortar o mato em um prazo menor que 1 mês após o pedido.
Antes a demora chegava a 5 meses.
Por isso agradecemos a eficiência e a colaboração da Prefeitura e esperamos contar mas vezes e sermos atendidos.
Valeu mesmo.
E Não é que a prefeitura de São Paulo e a CET vão ter que abrir varias ruas na região do Ibirapuera (Area de Boy) onde essas ruas foram fechadas fazendo com que os veiculos que passavam por esses bairros não passassem em frente as casas dos boys.
Ai nosso direito de ir e vir era violado e os boys ganhavam uma rua calminha como se estivessem em um condominio fechado.
A Moleza acabou.
O Ministerio publico deu prazo curto para as ruas serem reabertas para transito livre.
Pois é; pela primeira vez eles vieram cortar o mato em um prazo menor que 1 mês após o pedido.
Antes a demora chegava a 5 meses.
Por isso agradecemos a eficiência e a colaboração da Prefeitura e esperamos contar mas vezes e sermos atendidos.
Valeu mesmo.
E Não é que a prefeitura de São Paulo e a CET vão ter que abrir varias ruas na região do Ibirapuera (Area de Boy) onde essas ruas foram fechadas fazendo com que os veiculos que passavam por esses bairros não passassem em frente as casas dos boys.
Ai nosso direito de ir e vir era violado e os boys ganhavam uma rua calminha como se estivessem em um condominio fechado.
A Moleza acabou.
O Ministerio publico deu prazo curto para as ruas serem reabertas para transito livre.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
CACHORRO GRANDE EM...
Notícias Populares - A miséria produzindo riqueza
ou: Capitalismo
Notícia é uma fita que corre de boca em ouvido. Ouvido em boca.
Popular é um fato que é do povão.
Então notícia popular é notícia sobre a vida do povão.
Quem tem mais de 28 lembra. Teve um jornal em São Paulo que chamava-se exatamente assim: Noticias Populares.
Tal jornal tratava de tudo o que era notícia ruim que acontecia nos bairros mais pobres. Não tinha a intenção de produzir auto-estima e por isso deixava envergonhados os moradores ao apresentar seus fatos e sua fotos (caguetagem).
Seus repórteres aliavam-se a pessoas da periferia que dispunham de certo acesso e lhes informavam sempre que um fato horrendo acontecia.
Aí ele chegavam, munidos de câmeras e máquinas incomuns que só eles sabiam operar, documentavam e, no outro dia, batata, tava lá nossa história no jornal, bem modificada. Com coisas que não falamos e que não aconteceram e tal.
Histórias de adolescentes comandando as quebradas. histórias de vapor recebendo mais de 3 mil por mês, histórias de criminosos revolucionários. Puro olhar externo.
O Noticias Populares só percebia os acontecimentos mais tristes das periferias e por isso produzia em seus moradores uma vontade muito grande de sair dali, não criar seus filhos. Passar para a outra classe.
Não alimentava a vontade de ver aquele lugar mais organizado e forte. Tão forte a ponto de botar ainda mais medo nos ricos.
O finado jornalzinho não percebia, por exemplo, a forma comunitária e solidária que a gente inventou pra se proteger da polícia, dos políticos e dos professores. A forma ecumênica que a gente organiza igreja por igreja na mesma rua, ou o nosso jeito empreendedor de tirar leite, carne, ovos e verduras de pedra. Ou, ainda, a nossa coleção de leões mortos dia após dia.
Quando as noticias não eram tristes o bastante o jornal inventava. O NP inventou o Chupa Cabra e o Bebê Monstro. Inventou também que a gente não prestava.
Essa é lógica desse tal de capitalismo: A miséria tem de ser explorada amplamente. No momento não mais pelo NP, que não existe mais, mas por escritores e fotógrafos que vivem de contar e mostrar nossas histórias tristes. Mudam um nome aqui, botam uma ficção ali, disfarçam com poesia acolá. Mas nós sabemos. São as nossas histórias. Histórias que são colhidas quando esses escritores-repórteres visitam uma favela a convite de um morador e vai munido de filmadoras, máquinas fotográficas, papel, caneta e uma disposição amável com as crianças e velhinhos.
O que eles querem é entrar num dos espaços mais sagrados: Nossa casa.
Gil Gomes morreria de inveja das estratégias que esses filhos da classe média utilizam para pisar nas favelas da cidade.
Morar lá eles num quer não. Só se for em uma das melhores casas do lugar. Barraco de madeira, nem pensar.
Por isso sugiro duas coisas: Aos escritores sugiro que experimentem fotografar em Moema ou em Alfavile. Contar suas histórias entregar suas mixas, seus segredos. Pra que desperte no pobre a raiva necessária.
Aos moradores das favelas sugiro que não abram suas casas nem suas vidas aos repórteres e escritores. Sugiro ainda que tomemos a filmadora, o bloquinho de anotações, papel e caneta e transformemos tudo em churrasco.
ou: Capitalismo
Notícia é uma fita que corre de boca em ouvido. Ouvido em boca.
Popular é um fato que é do povão.
Então notícia popular é notícia sobre a vida do povão.
Quem tem mais de 28 lembra. Teve um jornal em São Paulo que chamava-se exatamente assim: Noticias Populares.
Tal jornal tratava de tudo o que era notícia ruim que acontecia nos bairros mais pobres. Não tinha a intenção de produzir auto-estima e por isso deixava envergonhados os moradores ao apresentar seus fatos e sua fotos (caguetagem).
Seus repórteres aliavam-se a pessoas da periferia que dispunham de certo acesso e lhes informavam sempre que um fato horrendo acontecia.
Aí ele chegavam, munidos de câmeras e máquinas incomuns que só eles sabiam operar, documentavam e, no outro dia, batata, tava lá nossa história no jornal, bem modificada. Com coisas que não falamos e que não aconteceram e tal.
Histórias de adolescentes comandando as quebradas. histórias de vapor recebendo mais de 3 mil por mês, histórias de criminosos revolucionários. Puro olhar externo.
O Noticias Populares só percebia os acontecimentos mais tristes das periferias e por isso produzia em seus moradores uma vontade muito grande de sair dali, não criar seus filhos. Passar para a outra classe.
Não alimentava a vontade de ver aquele lugar mais organizado e forte. Tão forte a ponto de botar ainda mais medo nos ricos.
O finado jornalzinho não percebia, por exemplo, a forma comunitária e solidária que a gente inventou pra se proteger da polícia, dos políticos e dos professores. A forma ecumênica que a gente organiza igreja por igreja na mesma rua, ou o nosso jeito empreendedor de tirar leite, carne, ovos e verduras de pedra. Ou, ainda, a nossa coleção de leões mortos dia após dia.
Quando as noticias não eram tristes o bastante o jornal inventava. O NP inventou o Chupa Cabra e o Bebê Monstro. Inventou também que a gente não prestava.
Essa é lógica desse tal de capitalismo: A miséria tem de ser explorada amplamente. No momento não mais pelo NP, que não existe mais, mas por escritores e fotógrafos que vivem de contar e mostrar nossas histórias tristes. Mudam um nome aqui, botam uma ficção ali, disfarçam com poesia acolá. Mas nós sabemos. São as nossas histórias. Histórias que são colhidas quando esses escritores-repórteres visitam uma favela a convite de um morador e vai munido de filmadoras, máquinas fotográficas, papel, caneta e uma disposição amável com as crianças e velhinhos.
O que eles querem é entrar num dos espaços mais sagrados: Nossa casa.
Gil Gomes morreria de inveja das estratégias que esses filhos da classe média utilizam para pisar nas favelas da cidade.
Morar lá eles num quer não. Só se for em uma das melhores casas do lugar. Barraco de madeira, nem pensar.
Por isso sugiro duas coisas: Aos escritores sugiro que experimentem fotografar em Moema ou em Alfavile. Contar suas histórias entregar suas mixas, seus segredos. Pra que desperte no pobre a raiva necessária.
Aos moradores das favelas sugiro que não abram suas casas nem suas vidas aos repórteres e escritores. Sugiro ainda que tomemos a filmadora, o bloquinho de anotações, papel e caneta e transformemos tudo em churrasco.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
O Bau do Maloca (08)
(Oswaldo Montenegro)
Letras Brasileiras
Letras Brasileiras
E A/E E A9/E
dez mil rubis, mil pedras turmalinas
E B7 C#m G#m C#m
cem mil cometas um milhão de sóis
Bm E A Bb
dez mil Joões mil vidas severinas
E B7 A E
cem mil poetas, todos eles sós
E A/E E A9/E
em procissões, natais e serpentinas
E B7 C#m G#m C#m
dez mil mãos postas mães, irmãos, avós
Bm E A Bb
a esperança é profissão e sina
E B7 A E
ensina laços a fingir de nós
E A/E E A9/E
são cem cavalos, dez luzes na crina
E B7 C#m G#m C#m
são luas, muitas luas e faróis
Bm E A Bb
são mil perdões, que aos bons não se incrimina
E B7 A C C7
cem mil poetas, todos eles sós
F Bb F Bb
televisões em cada casa e em cima
F C7 Dm Am Dm
parece um bicho a antena e cada voz
Cm F Bb B
parece voz que nunca desafina
F Bb/C F
na serenata para o seu algoz
F Bb F Bb
milhões de versos, cem milhões de rimas
F C7 Dm Am Dm
no mesmo mar são dez milhões de anzois
Cm F Bb B
pescando alma em dós, bordões e primas
F C7 Bb F
cem mil poetas, todos eles sós
dez mil rubis, mil pedras turmalinas
E B7 C#m G#m C#m
cem mil cometas um milhão de sóis
Bm E A Bb
dez mil Joões mil vidas severinas
E B7 A E
cem mil poetas, todos eles sós
E A/E E A9/E
em procissões, natais e serpentinas
E B7 C#m G#m C#m
dez mil mãos postas mães, irmãos, avós
Bm E A Bb
a esperança é profissão e sina
E B7 A E
ensina laços a fingir de nós
E A/E E A9/E
são cem cavalos, dez luzes na crina
E B7 C#m G#m C#m
são luas, muitas luas e faróis
Bm E A Bb
são mil perdões, que aos bons não se incrimina
E B7 A C C7
cem mil poetas, todos eles sós
F Bb F Bb
televisões em cada casa e em cima
F C7 Dm Am Dm
parece um bicho a antena e cada voz
Cm F Bb B
parece voz que nunca desafina
F Bb/C F
na serenata para o seu algoz
F Bb F Bb
milhões de versos, cem milhões de rimas
F C7 Dm Am Dm
no mesmo mar são dez milhões de anzois
Cm F Bb B
pescando alma em dós, bordões e primas
F C7 Bb F
cem mil poetas, todos eles sós
sábado, 12 de janeiro de 2008
SARAU DO CALDO o Sarau mas gostoso de São Paulo
Hoje foi Realizado no Maloca Espaço Cultural mas um Sarau do Caldo que é organido pelo Nucleo Cultural Poder e Revolução todo 2° Sabado do mês.
A Mediadora do sarau é nada mas nada menos que a Poetisa Dinha.
O Sarau acontece apartir das 19Hs, e toda vez tem um caldinho diferente para ser servido aos presentes.
O Caldo de hoje ficou por conta do Andre, foi um delicioso caldo de lentilha com bacon.
Deu agua na boca né?
Então cola por aqui no mes que vem.
Espaço Cultural Maloca
Rua Particular,556 Sitio caraguata (Antigo centro comunitario do CDHU).
Final do Onibus V Livieiro-Sacoma
Fone pra contato 6335-5559 Dinha ou Du
A Mediadora do sarau é nada mas nada menos que a Poetisa Dinha.
O Sarau acontece apartir das 19Hs, e toda vez tem um caldinho diferente para ser servido aos presentes.
O Caldo de hoje ficou por conta do Andre, foi um delicioso caldo de lentilha com bacon.
Deu agua na boca né?
Então cola por aqui no mes que vem.
Espaço Cultural Maloca
Rua Particular,556 Sitio caraguata (Antigo centro comunitario do CDHU).
Final do Onibus V Livieiro-Sacoma
Fone pra contato 6335-5559 Dinha ou Du
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Trechos do Livro ( Vila da Paz ).
... Uma vez teve uma invasão de um terreno que era conhecido como Lixão e nós também pegamos terrenos para construir, alias nós apesar de pouca idade era os mais entusiasmados com a invasão e por isso tivemos direito a pedaço de terra também.
Para construir nosso barraco íamos até a obra dos predinhos do Livieiro e roubávamos sarrafos e caibros, alem do mais carregávamos areia pro pessoal que estavam construindo suas casas e pedíamos os maderites velhos.
Com caibros, maderith e alguns sarrafos era só aguardar a liberação da planta que o Cometa insistia em fazer. Ele desenhou um barraco com porta e janela na frente, porta e janela nos fundos área de serviço, sala, cozinha e banheiro; nesta planta ele anotou até onde ia cada prego e ate por onde ia sair os canos de água.
No inicio da invasão foi construído apenas 15 barracos, pois a maioria do pessoal ficou com medo da prefeitura mandar derrubar e eles perder alem de tempo os materiais.
Como os barracos ficavam em um terreno esburacado que ligava o Pq Bristol a o bairro de Vila Livieiro, e onde ao fundo passava o córrego no inicio demos o nome de Favela da Beira Mar, mas conforme foi crescendo o nome acabou sendo Favela da Vila da Paz, onde até hoje permanece com casas de alvenaria e onde mora uma centena de família nordestina. Hoje a Vila da Paz tem vários times de futebol e também um grande numero de barzinhos que lotam todos finais de semana por causa do forró ao vivo.
A Rua foi asfaltada e recebeu o nome de Rua Giacomo Gozarelli...
Para construir nosso barraco íamos até a obra dos predinhos do Livieiro e roubávamos sarrafos e caibros, alem do mais carregávamos areia pro pessoal que estavam construindo suas casas e pedíamos os maderites velhos.
Com caibros, maderith e alguns sarrafos era só aguardar a liberação da planta que o Cometa insistia em fazer. Ele desenhou um barraco com porta e janela na frente, porta e janela nos fundos área de serviço, sala, cozinha e banheiro; nesta planta ele anotou até onde ia cada prego e ate por onde ia sair os canos de água.
No inicio da invasão foi construído apenas 15 barracos, pois a maioria do pessoal ficou com medo da prefeitura mandar derrubar e eles perder alem de tempo os materiais.
Como os barracos ficavam em um terreno esburacado que ligava o Pq Bristol a o bairro de Vila Livieiro, e onde ao fundo passava o córrego no inicio demos o nome de Favela da Beira Mar, mas conforme foi crescendo o nome acabou sendo Favela da Vila da Paz, onde até hoje permanece com casas de alvenaria e onde mora uma centena de família nordestina. Hoje a Vila da Paz tem vários times de futebol e também um grande numero de barzinhos que lotam todos finais de semana por causa do forró ao vivo.
A Rua foi asfaltada e recebeu o nome de Rua Giacomo Gozarelli...
Livro: Vila da Paz (Basedo em fatos reais)
Autor: Maciel Mota de Almeida
sábado, 5 de janeiro de 2008
Rumos
A ano luz daqui...
Existiam os sábios
O valor da familia
Era sagrado
Epa
No passado
Não tinha treta
O povo dali só queria
queria amar
Sentia amor em abraçar um mano...
Só vivo,
Cabeças servem, na bandeja
Ve que isso não é vida
Passa ano e vem ano,
E somente o ódio cresce
Isso é morte
Miséria
Um monte de merda
O governo não liga
Ódio prolifera
Existiam os sábios
O valor da familia
Era sagrado
Epa
No passado
Não tinha treta
O povo dali só queria
queria amar
Sentia amor em abraçar um mano...
Só vivo,
Cabeças servem, na bandeja
Ve que isso não é vida
Passa ano e vem ano,
E somente o ódio cresce
Isso é morte
Miséria
Um monte de merda
O governo não liga
Ódio prolifera
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Salve Maloqueiros (as) de Plantão.
Foi solicitado o corte do Mato no Maloca Espaço Cultural, tambem foi informado que a demora chega a ser de até 5 meses após a solicitação.
Foi solicitado o corte do Mato no Maloca Espaço Cultural, tambem foi informado que a demora chega a ser de até 5 meses após a solicitação.
Espero que cortem logo desta vez.
Prezado(a) MACIEL MOTA DE ALMEIDA
Em atenção a sua Solicitação de número 7361646, referente ao assunto Jardinagem (poda, corte mato), informamos que ela foi encaminhada para Subprefeitura Jabaquara -
Supervisao de Servicos Publicos.
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terça-feira, 1 de janeiro de 2008
26 anos sem Elis Regina.
Elis Regina
17/3/1945 19/1/1982
Biografia
Nasceu em Porto Alegre, e desde os 11 anos se apresentava na Rádio Farroupilha, cantando. Fez parte do elenco fixo da emissora, onde trabalhou por algum tempo.
17/3/1945 19/1/1982
Biografia
Nasceu em Porto Alegre, e desde os 11 anos se apresentava na Rádio Farroupilha, cantando. Fez parte do elenco fixo da emissora, onde trabalhou por algum tempo.
Em 1959 assinou o primeiro contrato profissional, na Rádio Gaúcha, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro compacto, pela Continental. A mesma gravadora em 1961 lançou seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks.
Em seguida voltou para Porto Alegre, onde ficou até 1964, quando regressou definitivamente para o Rio.
Cantou no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova, onde teria aprendido com o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que lhe valeu o apelido de "Hélice Regina". Contratada pela TV Rio, passa a trabalhar ao lado de Jorge Ben, Wilson Simonal e outros. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.
Em seguida gravou "Dois na Bossa" ao lado de Jair Rodrigues, com tal êxito que nos anos seguintes foram lançados os volumes 2 e 3. Foi ao lado de Jair que apresentou um dos programas musicais mais importantes da música brasileira, O Fino da Bossa, estreado em 1965 na TV Record. O programa foi o responsável pelo lançamento de diversos artistas e sucessos, como "Canto de Ossanha" (Baden Powell/ Vinicius de Moraes), "Louvação" (Gilberto Gil/ Torquato Neto) e "Lunik 9" (Gil).
A partir daí a carreira solo de Elis decola. Seu disco "Elis", de 1966, traz "Canção do Sal", de Milton Nascimento, gravado aí pela primeira vez.
Elis foi a primeira intérprete a gravar músicas de alguns compositores que se tornariam consagrados, como Milton, Ivan Lins ("Madalena"), Tavito/ Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior ("Como Nossos Pais").
Participou de festivais e de movimentos político-musicais, como a "passeata contra as guitarras", que visava à preservação das "raízes" da MPB contra a invasão estrangeira. Intensificou sua carreira no exterior em 1969, ano em que fez show nas principais capitais européias e latino-americanas.
Um de seus discos mais marcantes, "Elis e Tom" (com Tom Jobim), foi gravado em 1974 nos Estados Unidos, onde também tornou-se popular.
No ano de 1979 participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e gravou um de seus maiores sucessos, "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc e João Bosco, dupla que lhe forneceria inúmeros sucessos, como "Caçador de Esmeraldas", "Mestre-sala dos Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá". Outras interpretações que entraram para a história foram "Upa, Neguinho" (Edu Lobo/ G. Guarnieri), "Águas de Março" (Tom Jobim), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento/ Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira).
Depois de sua morte, em 1982, decorrente de overdose de drogas, foram lançados discos com gravações inéditas e coletâneas. Foi homenageada em 1995 no prêmio Sharp de música.
Seus filhos João Marcelo Bôscoli (com Ronaldo Bôscoli) e Pedro Camargo Mariano (com César Camargo Mariano) também são músicos.
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