O barato fico locô
Sabemos que a periferia conta com escacissimos locais de lazer e cultura, e no Jardim São Savério e Parque Bristol não é diferente. Porém, toda sexta-feira, acontece o já famigerado "funk do bolinha", lugar que reune inúmeros jovens para dançar, paquerar, trocar uma idéia...- enfim, o baile funk se tornou o lugar de socialização dos jovens do respectivos bairros. Mas, nesse último final-de-semana(sábado de madrugada), acordei ao som de tiros, correria, gritaria e explosões, segundo relato de amigos, "a polícia chegou apavorando o lugar", ou seja, promoveu a desforra de abusos e arbitrariedades com os que estavam presentes no baile. Dizem que o que provocou o comportamento policial foi o revide ao lançamento de uma pedra em umas das viaturas que circulava pelo local, no entanto, tal fato é contestado por outras pessoas que ali estavam, alegando que os policiais agiram gratuitamente, sem qualquer motivação aparente. Tal fato, veio a se somar a outras investidas da polícia local contra os jovens que frequentam o baile funk. Sendo frequentador da barraca do Ted e da Dona Dita, onde costumo tomar umas brejas com os amigos, já presenciei algumas dessas ações. Pude verificar que toda vez que passa uma viatura, os policiais utilizam spray de pimenta para dispersar e abrir caminho entre os jovens que se concentram na rua. Em uma outra ocasião(não estava presente), os policiais se posicionaram em um lugar estratégico e começaram a arremessar bolinhas de gude(com estilingue) nos jovens que estavam no baile.
Diante dos fatos relatados até aqui, nos faz crer, que a força policial local, vem comentendo excessos no uso da força e da autoridade, desse modo, colocando todos os jovens que frequentam o 'funk do bolinha" numa lista comum de possíveis suspeitos, e infelizmente, criando generalizações sem critério e reforçando esteríotipos, do tipo: "mora na periferia? então é suspeito". Ao invés da presença policial ser preventiva e a abordagem normal, rotineira e com o intuito de assegurar a integrinidade dos que frequentam o baile, acaba se tornando uma experiência traumática e cheia de constrangimentos. A ação policial deve ter como base o respeito a integrinidade física e moral dos cidadãos, inclui-se aí, a dos jovens, moradores dos bairros da periferia.
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